Resultado a qualquer preço
Por Sérgio David
Resultado a qualquer preço Toda empresa deseja alcançar resultados cada vez melhores. E o grande desafio dos gestores é formar equipes capazes de trazer os tais resultados. Mais do que juntar profissionais de alta performance, o desafio do líder é conduzir de forma motivadora, sua equipe ao resultado. O mercado, cada vez mais competitivo, provoca nas empresas o movimento de fazer com que os líderes busquem incessantemente o aumento dos resultados. O líder sente-se compelido a cobrar cada vez mais de sua equipe, porque entende a mensagem da seguinte forma: não importa os caminhos, é preciso trazer o resultado. Conheci uma gestora que tinha esse perfil, mas não sabia. Boa parte do tempo, em seu discurso, defendia a ideia de que a peça mais importante do jogo corporativo eram as pessoas. Pegava no pé de sua equipe de coordenadores para que cuidasse bem de suas equipes. Estimulava o grupo a motivar e ouvir as necessidades dos colaboradores, alegando que só assim seria possível melhorar o clima organizacional. Mas nos momentos em que as metas estavam mais difíceis de serem batidas ou algum outro percalço se apresentava, eram as pessoas, a primeira coisa que ela esquecia. Convocava reuniões de emergência com toda equipe de coordenadores em que durante horas esbravejava e batia na mesa. Vociferava frases do tipo “quero que se dane o problema de fulano, eu quero é o resultado, virem-se”. Por mais incrível que isso possa parecer, ela realmente acreditava que cuidar das pessoas durante todo o mês e massacrá-las em momentos de resultado difícil, eram atitudes que podiam ocupar o mesmo repertório. Frequentemente, sob tamanha ameaça, a equipe lhe apresentava o resultado, o que gerava na gestora uma falsa sensação de estar no caminho certo. No entanto, os bastidores do trabalho de seus coordenadores revelavam o descompasso dessa dança. Aqueles líderes que eram mais próximos das pessoas, após muito serem criticados pela gestora, passavam a não recorrer a ela para tratar de suas dificuldades. Outros, que como ela, davam um “dane-se” para os subordinados, resistiam a colaborar com as ações de valorização e motivação das equipes, propostas no restante do mês. Ou somente as implementavam no esquema toma lá dá cá, quer dizer “eu te beneficio, desde que você melhore seu resultado”. E quando a menor dificuldade com a equipe surgia, era com ameaças de punição e demissão que eles resolviam o problema. O que esses coordenadores todos têm em comum? Todos dizem à gestora somente o que ela quer ouvir. O que ratifica o sentimento dela de estar acertando e de ter uma equipe madura e confiável. Um dos princípios básicos da liderança é a transparência. Não dá para confiar num líder cujo posicionamento muda de acordo com a maré. Afinal, quando você tem um resultado para entregar, não o persegue incessantemente, até alcançá-lo? Pois bem, eis aqui a sua meta: conquistar sua equipe e fazer com que ela queira fazer mais e melhor, não porque foi oprimida, mas porque está motivada para tal. Esse é um preço justo a se pagar por seu resultado, não acha?
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